Carnes sendo Vendidas com “Água” e “Colágeno” Absurdo
Já faz algum tempo que estamos encontrando carnes de bovinos, suínos e aves in natura para vender com a seguinte informação na embalagem:
“Amaciado mecanicamente, adicionado de solução”
“Adicionado de 15% de água, colágeno, aromas e aditivos”
Bom, somente com essas informações, já temos uma conclusão básica: não estamos comprando apenas carne, mas carne adicionada de outras substâncias e uma porcentagem de líquidos.
Como sabemos, a carne hoje no Brasil não é um alimento barato para ser comprado e agora temos essa novidade onde não estamos comprando apenas carne, mas também água para dar mais volume.
Vamos a alguns esclarecimentos e questionamentos:
O primeiro ponto é que se está escrito na embalagem, é porque isso é autorizado pelos órgãos regulamentadores, ou seja, a Anvisa e o Ministério da Agricultura.
Então, as empresas e os frigoríficos que estão fazendo esse processo não estão infringindo nenhuma lei.
O segundo ponto é que para carnes temperadas e que passaram por algum processo de marinada ou salmoura, é natural que elas possuam mais líquidos, sejam os que foram injetados ou os que foram absorvidos pela proteína.
Esse é um processo comumente usado para cortes grandes e que fazem com que eles fiquem mais macios e acelerem o processo de cocção.
Posto isso, vamos aos questionamentos:
O que seriam os “aditivos”? Talvez essa pergunta nem tenha resposta, mas é algo que soa estranho para alimentos.
Encontramos essa nomenclatura em produtos químicos, lubrificantes, óleos, cosméticos e assim por diante, menos em alimentos. Para que são adicionados os tais aditivos?
Se temos uma boa carne e ela está em perfeito estado, dentro do prazo de validade, sem nenhuma contaminação e dentro de todos os padrões organolépticos saudáveis para consumo, por que adicionar um aditivo nela?
Será que essa carne não estava tão boa assim para consumo e precisou ser adicionado algum aditivo a ela?
Como vemos, no Brasil inteiro é constante nos depararmos com escândalos e apreensões de carnes que estavam impróprias para consumo ou que já estavam vencidas e foram reembaladas e remarcadas.
Ou seja, será que os tais aditivos fazem parte desse processo?
Como sabemos, o consumidor brasileiro não tem o costume de ler embalagens, inclusive muitos não sabem nem ler, mas sabiam que ao comprar uma carne in natura nada era adicionado, era apenas carne que estava sendo comprada. E eis que da noite para o dia, essa carne começou a ter líquidos injetados.
Ou seja, um alimento que hoje já é caro no nosso país ainda tem um rendimento menor. Por exemplo, quando eu compro 1 kg de carne e esta carne tem 15% de líquidos injetados, eu estou levando apenas 850 g, mas estou pagando o preço integral do quilo.
E agora eu deixo o último questionamento e o mais importante: o que aconteceu nos bastidores para que isso fosse aprovado?
Como essas medidas foram tornadas oficiais e dentro da lei? Por quanto tempo isso foi feito sem estar legalizado?
Como falei, muitas dessas perguntas não terão respostas. Você, como um leitor diferenciado, atento e que busca o conhecimento, pode tirar suas próprias conclusões.