Rio Doce em MG é declarado oficialmente morto após Trágedia com Mineradora
Um Rio Doce completamente contaminado e morto. É o que aponta resultado de análises laboratoriais de amostras da água do rio encomendadas pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Baixo Guandu. Foi detectada, na onda de rejeitos das barragens rompidas em Mariana, a presença de partículas de metais pesados como chumbo, alumínio, ferro, bário, cobre, boro e até mesmo mercúrio.
Rio Doce em MG é declarado oficialmente morto após Trágedia com Mineradora
Luciano Magalhães, diretor do SAAE, define a situação como aterradora. “A situação pode ser resumida em duas palavras: rio morto. Na última terça-feira (10), recolhemos amostras de três pontos do Rio Doce em Minas Gerais. O primeiro no Centro de Governador Valadares, uma água muita densa de rejeitos, a outra a 10km abaixo de Valadares e em Galileia. Somente a do Centro estava inviável de captação, impossível de tratar”, afirmou.
E completou: “Não serve mais para nada, nem para irrigação e nem para os animais, muito menos para consumo humano. O cenário é o pior possível. O Rio Doce acabou. Parece que jogaram a tabela periódica inteira. Nossa medida agora é buscar alternativas para captação de água. Já estamos fazendo um canal de desvio do Rio Guandu até a estação elevatória do SAAE”.
Os municípios de Baixo Guandu e Colatina, que dependem da água do Rio Doce para captação, ganharam um pouco mais de tempo até a chegada da lama contaminada. O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) divulgou boletimatualizado no final da tarde desta quinta-feira (12) e a nova previsão é que chegue a Baixo Guandu após segunda-feira (16), em Colatina, depois de terça (17).
Linhares, onde está localizada a foz do Rio Doce, também será atingida, com previsão para o dia 19. A cidade sofrerá danos, sobretudo no setor pesqueiro, mas não deve ter problemas no abastecimento de água. O município utiliza o Rio Pequeno para fazer a captação para consumo humano.
Em Baixo Guandu a alternativa analisada é fechar a represa do Rio Guandu.
“Estamos nos reunindo com a prefeitura e as secretarias para arrumas formas de minimizar os impactos. Estamos tentando fazer uma solução paliativa pelo Rio Guandu, que a vazão já é bem menor do que o Doce, e está mais baixo ainda devido à essa seca prolongada. A Secretaria de Obras vai tentar fechar a represa do Rio Guandu, para que ele aumentar o volume de água reservada e depois vamos desviar, para que poder fazer a captação para o consumo”, explicou o diretor do SAAE.
O Governo Estadual divulgou nota nesta quinta (12), solicitando ao Governo Federal o apoio do Ministério da Integração Nacional e do Exército Brasileiro para enfrentar os problemas que serão causados pela passagem da lama de rejeitos pelo território capixaba. A principal preocupação é com o atendimento à população e fornecimento de água potável.
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